11 fevereiro 2007

Ciclo Jurássico I - O Tafulho


Ciclo jurássico I : tafulho

Lá no horizonte longínquo nascia o sol das profundezas do mar para servir de lâmpada a todos os seres vivos. E pois claro, a nossa estrela mais próxima , já pela manhã, também iluminava o Fernando e a sua família que estavam na horta a mondar a resteva. Aqui não era só trabalho, por vezes, aproveitando a distracção dos adultos, os rapazes faziam um monte de resteva e restolho e treinavam o salto em altura e em cumprimento. Com este monte de erva seca eles também faziam desporto radical , bastava pegar lume ao obstáculo do salto e logo subia a adrenalina.
Após os regos estarem tirados e espalhado o estrume, havia que abafar os regos antes de plantar a rama. Esta era simplesmente disposta nos regos de uma forma simétrica para de seguida ser afincada com uma cana. Estando a rama plantada, era importante regá-la logo de imediato, visto que era crucial para pegar.
O momento da rega era o preferível para Fernando. Logo que a água iniciava o seu percurso pelo rego, o nosso jovem agricultor saltava para a frente da água para patinhar a rama. E lá estava o Fernando descalço e molhado até aos joelhos a saltar de rego em rego acompanhado o seu pai, que estava no tafulho a encaminhar a água da levada para os regos.
Enquanto o sol preparava-se para se esconder nas montanhas e simultaneamente despedir-se de Fernando, este alegremente só dizia em voz alta “tapa” e outra vezes “quebra”.

1 comentário:

Anónimo disse...

muito bom
continua a divulgar os teus tempos passados
é pena nao poderes molhar os joelhos ????