18 agosto 2006

esforço

No dia 01 de Junho, dia mundial da criança, ouvi nas notícias que a o ministério da cultura vai dispensar três milhões de euros para fornecer livros as escolas. A ideia é colocar um livro para cada dois alunos. Ainda ouvi dizer que o ministério da educação vai colocar os pais a avaliarem os alunos. Assisti a uma excelente reportagem sobre a indisciplina na escola. Perante todo isto perguntei: o que é a educação?
Na região verifica-se um grande avanço nas condições de estudo dos alunos, quase todos , ou mesmo todos conseguem ter acesso a um computador e mesmo Internet, quer seja em casa quer seja na escola. Agora vão ter livros. Faz-me lembrar o ditado japonês do pescador, pois colocamos a cana de pesca, a isca e todo o material e dizemos: Agora que tens o material tudo pesca! E primeiro não seria melhor aprender a pescar. A educação não são livros, mas saber ler. A educação não é navegar na Net, mas é saber pesquisar, investigar. Quantos e quantos têm estantes cheias de livros e nunca leram nem um deles. A estante cheia de livros é muitas vezes mais um móvel. Quantos miúdos passam a vida no computador a jogarem e a navegar em coisas não didácticas? E, quando é para fazer um trabalho da escola é só copiar e colar? E a maioria dos pais apresentam alguma dedicação ou apenas dizem : não me chateis.
A educação, e o país está na cauda da Europa porque ninguém quer trabalhar, os alunos não estudam , não existe esforço, dedicação e ninguém obriga. Tudo é feito com facilidades, no deixa andar, em remendo aqui , remendo ali.
O ministério só preocupa-se com os números, quer passar alunos para baixar as taxas de analfabetismo e ileteracia, mesmo que não saibam nada. Os alunos sabem disto tudo e os pais também.
A realidade da educação é nua e crua, não vale a pena tapar o sol com a peneira. A escola deve preparar os alunos para a vida, e para isto tem de os colocar a estudar, a trabalhar. Afinal de contas estes são estudantes. As batarias do ministério da educação estão viradas só para os professores. Mas eu não dou mais cinco anos para o sistema de ensino bater lá no fundo.
Não é por nada que o sistema de ensino religioso está bem e com bons resultados.
As batarias devem estar apontadas para o rigor, para o trabalho, para o esforço, para os valores do respeito, da democracia, desde o ministério , passando pelos professores e nunca deixando de esquecer os alunos.