08 junho 2011

escrever...

Procuraria escrever sobre mares e montanhas, sobre verdejantes prados alimentados por rios ou ribeiras, a natureza das coisas pintadas por palavras coloridas e calmas.

Exploraria sentimentos de amor e compaixão, de perdas e reconciliações , derramando tinta em linhas angustiantes .

Incendiaria as lutas e a indignação, esgrimindo as injustiças, a desumanidade, enchendo de pólvora estas páginas.

Desenharia traços, curvas e rectas, rascunhando em poucas letras o que me vai na mente e na alma.

Invocaria as penas de escritores, como Eça e Garrett e as armas dos revolucionários Ché e Trotsky. Enunciaria aindaartigos de constituições e declarações.

Mas as imagens que me surgem nos recantos da imaginação, nas corridas e embates neuronais, pouco a pouco escurecem a vontade de escrever sobre isto ou sobre aquilo.

Abacaxi/ananás - imagem Retirada da Manjedoura

5 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Estamos em sitonia.
Vamos então
escrever sobre o nada
... e deixar que eles se devorem
e o povo acorde ao ruído ensurdecedor
do nosso silêncio

Anónimo disse...

Antes das corridas e dos embates neuronais terem escurecido a vontade daquilo que procuraria, exploraria,incendiaria,desenharia invocaria e, ainda, enunciaria ter escrito e dito, mas não escreveu nem disse, ficaram seis parágrafos com as mais belas iguarias alguma vez digeridas em qualquer boa Manjedoura da blogosfera.
Como sobremesa, o mais requintado manjar! Um ananás madeirense digno de ir à mesa dum Rei.

É ou não é muito mais bonito isto, do que dar murro em ponta de faca e secar a boca e o coração falando de política e dos políticos?!?

Anónimo disse...

Diacho...esqueci-me de dizer:
Sou eu a F.M.

Catarina Reis disse...

Estamos inspirados hoje... uma bela planta essa que apenas dá um fruto. Beijos

Janita disse...

Só lhe venho dizer
para procurar não
deixar de escrever
sobre tudo o que de lindo
e belo lhe aprouver.
Eu qui virei para o ler.

Sejam as penas dos escritores
ou as armas dos sonhadores.

Faça uma pausa na agricultura
e venha até cá dar-nos boa literatura.

Ou ambas as coisas. Porque não?
Até nos dava um jeitão!