Por arrastamento burocrático e partidário de vícios e incompetências, Portugal tornou-se num país sem identidade e sem rumo, numa decadência de valores a todos os níveis. Em chuvas de ideias e criticas sem correspondência e sem consequências, pois o marasmo tornou-se cíclico e sem saída. Luzes ao fundo dos túneis, veredas desenhadas numa encruzilhada, parados todos apontam para soluções de emagrecimento do estado.
O emagrecimento do estado deve sem dúvida começar e incidir sobretudo em quatro vértices do quadrado que se tornou Portugal: na política, na justiça, nos Jornalismo e no meio empresarial. Quatro áreas que por serem intocáveis e impunes devem sofrerem uma intervenção decisiva , por uma questão de exemplo e de justiça. Áreas que formam um pacto de estabilidade entre elas onde ninguém é preso, onde todos ganham grandes ordenados e publicitam-se, legalizam-se, e financiam-se uns aos outros é no fundo um quadrado promíscuo que chupa legalmente os dinheiros do estado.
Os políticos: deputados, ministros, secretários, sub-secretários, assessores, embaixadores, cônsules, governadores, directores regionais, presidentes de câmaras, vereadores e os demais ilustres esbanjadores do horário público.
É inadmissível e vergonhoso que num país que se diz civilizado e europeu, cujo ordenado mínimo não ultrapassa os quinhentos euros, continua-se a esbanjar milhões em mordomias e caprichos de deslocações, de representações , de carros de luxo, de assessores, de motoristas de seguranças e de mais outros mil e uma coisas insignificantes e despensáveis. Qualquer pai ou mãe de família sabe que se for para cortar no orçamento, não vai cortar nas coisas básicas: Educação e Saúde.
Se o exemplo de sacrifico não vem de cima, dos ministros dos deputados, dos presidentes de câmara, de vereadores e outras de mais funções de altos cargos políticos, vai vir do simples português que ganha quinhentos euros?
É inadmissível e vergonhoso que num país que se diz civilizado e europeu, continue a adjudicar obras que depois de estarem concluídas custam o dobro ou o triplo aos portugueses. Obras que levam anos e anos a discutirem-se, faz-se ou não se faz, que no andamento da burocracia e infindáveis pareceres colhem o pó de várias primaveras. Obras, serviços ou bens que afinal custam mais caros porque muito dinheiro já foi inconscientemente espalhado pelo quadrado, sem ninguém ser denunciado, condenado e responsabilizado.
Urge, a substituição imediata dos políticos incompetentes, partidarizados, cheios de caprichos que dizem que isto vai melhorar , quando todo fica na mesma, por políticos técnicos, mesmo que sejam estrangeiros, que sirvam os portugueses e não se sirvam a si próprios.
Justiça/ procuradores, juristas e restantes legalizadores da corrupção.
É inadmissível e vergonhoso que num país que se diz civilizado e europeu, se liberte pedófilos e violadores, que nunca se condena os grandes, onde se perdoam os desfalques financeiros e onde a culpa morre sempre solteira. Um estado de direito que coloca o sector da justiça num pedestal em que ninguém pode apontar o dedo, avaliar e julgar. Os tribunais substituíram as igrejas e os juízes, magistrados e os procuradores são os padres, os frades da idade média com os seus dogmas, as suas mordomias ( carros, altos ordenado, grandes reformas, férias, etc.) e as suas palavras estão acima da lei. Eís os meritíssimos navegadores que remam o barco conforme o vento que sopra nas velas.
É aqui que nasce a justiça social e a cidadania, do respeito pelas leis pelo cumprimento dos deveres e obrigações. Quando constatámos que é preso o individuo do ordenado mínimo nacional por roubar uma fruta para matar a fome e nunca são julgados os grandes desvios financeiros, o valor da justiça cai todo por terra.
Jornalismo: directores, apresentadores, publicitários e demais palhaços ou vedetas dos média.
É inadmissível e vergonhoso que num país que se diz civilizado e europeu, mantenha apresentadores parvos a ganharem muito dinheiro.
Toda uma máquina de entretimento, desde a publicidade, passando pela ficção até aos noticiários, cúmplice do estado de coisas, que tem como única função manipular a opinião pública conforme os interesses implantados pelo quadrado. Um poder que é utilizado para arrebanhar e empobrecer gerações de portugueses em hábitos fúteis. Não existe um jornalismo sério , interventivo, investigador, pedagógico e sobretudo realista. Eís a parte do quadrado das aparências que vive de luxo e que também nunca é atacada.
Empresários: gestores de empresas estatuais, bancários e restantes chupistas.
É inadmissível e vergonhoso que num país que se diz civilizado e europeu, gestores de empresas do estado ganhem pipas de massa,
Uma medida digna, justa, exemplar no corte da despesa pública era definir por lei que nenhum individuo que trabalhe para o estado ganhe mais que o presidente da republica. Outra medida devia estabelecer que não é permitido as pessoas acumularem a reforma com o ordenado. Ah mas no privado ganha-se mais? Ok, se ganha mais no privado o que estão a fazer no público.
E eis o quadrado gordo e esbanjador que é Portugal. Pois o estado tem de emagrecer nestes quatro sectores e não nos outros sectores, porque esses, além de serem vitais já estão magros por exemplo a saúde, a educação e a segurança social. Um dia ouvi na antena 1 uma expressão que define o que se passa no país: o Estado português está a ser domina por uma cambada de babuínos, que em pleno ano 2010 ainda se preparam para esfolar o povo. O estado deve emagrecer nas partes em que está gordo, no esbanjamento, nos caprichos, nos prémios, nas regalias nas futilidades e não nas coisas que são básicas. Isto é elementar, qualquer governante de qualquer casa sabe isso.
Pois, pior que o caminho da crise financeira é o caminho da crise de identidade e a falta de rumo.
Carta enviada à Presidência da República através daqui
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1 comentário:
manjedoura
Parabéns pela determinação e frontalidade com que expões as tuas ideias - justíssimas - à Presidência.
Espero que a resposta venha rápida e tão concisa quanto a tua exposição.
Permito-me, contudo, duvidar desta como das demais instituições que nos governam.
Todos se querem encher às nossas custas nem que só ganhemos 600 euros o que eles acham suficientemente avantajado para nos tributarem com mais alguns impostos na fonte.
Ando tão desencantada com tudo isto pelo susto de temer pelas gerações vindouras que estão muito mal habituadas a não fazerem nada para garantir o seu sustento à custa dos pais ou, na pior das hipóteses, de subsídios estatais.
Aguardo para saber o que te responde o Sr. Presidente Cavaco Silva.
Rugidos de muita preocupação
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